Ora e quem recorda fogueiras para saltar, também se deve lembrar do bailarico…
Parece que o costume era o São Pedro presentear os rodafundeirenses com noites de muito calor e (presumo eu) céu bem estrelado. O baile era ao ar livre e ia variando entre a Eira, o Oirado e a Eira Nova. Mas primeiro tinha de se arranjar o salão: delimitava-se o espaço com uma cercadura de verduras e rosmaninho, talvez acácias ou pinheiro, enfeitada com flores, que as havia em fartura. A esta distância, acredito que muitos dançarinos tenham ficado bem contentes por terem terreno tão acidentado para mostrar os seus dotes… ou a falta deles…
A grande diferença para as outras festas era no chapéu que as raparigas ostentavam: o chapéu de São João!!!.. Esta delicada peça, digna de qualquer grande criador da moda, era geralmente feita pelas avós ou mães para a criançada no geral e pelas moças que gostassem de mostrar as suas habilidades. A base era feita com umas hastes de nardo ou de aipo, enroladas e presas sem necessidade de cordel, formado uma espécie de coroa. Depois enfeitava-se com cravos (quem os tivesse) ou com outras flores, à vontade do designer. Lembro-me de a minha mãe ainda me fazer uns quantos e, no meu olhar de miúda, eram lindos!!!!
Depois de um dia de convívio e pic-nic no Santo António do Alto, chegava-se com vontade de continuar a festa e ficar acordado até de manhã. Diz quem por lá passou, que o pior era no dia seguinte, quando tinha de se ir “acartar mato”… aposto que quem vai hoje para os Santos até sabe o que isso é!
Um abraço e bons festejos!
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