Se a sua tarde soalheira e calma for interrompida por vozes de homens determinadas e em movimento, não se assuste: é o gang dos arcos!
Gang por brincadeira, claro. Porque o grupo grita e mexe, arranca e transporta, refila e ri ao mesmo tempo, impõe respeito e faz trabalho precioso e muitas vezes pouco avaliado. Geralmente, a maior parte dos migrantes já regressou a casa e deu a festa por terminada. Mas, lá diz o velho ditado: "Até o lavar dos cestos ainda é vindima" (e aqui está o elo de ligação para os próximos posts, claro!).
E eles aparecem por essa aldeia fora, abdicando da sua sesta/sueca/banhoca/perguiça pura para recolher os arcos, retirar lâmpadas e receberem temporizadores, a grande novidade deste ano. Quase pode dizer-se que guardam a festa para o ano que vem.
Quem, como eu, calha a não ir à Eira Nova para o café naquele dia, e é surpreendido, reconhece imediatamente o ruído característico ao longe: "Vêm recolher os arcos". Nós achámos que, apesar de ter chovido por aqueles dias e estar menos calor, o esforço deveria ser premiado e oferecemos uns refrescos.
E, como toda a actividade tem o seu ponto alto, tudo culmina com a retirada do grande arco da Capela que, pelo que pude perceber, é dos que mais trabalho dá: porque é muito grande, está num sítio pouco jeitoso, tem que subir escadas para se guardar e, mais importante ainda, os mordomos são uns malandros que se esquecem das chaves! Mas a verdade é que o local é perfeito para a foto do album de família imortalizando o grupo (que poucas variações sofre ao longo dos anos) e o ritual. Olhem tão bonitos que eles estão...
A verdade é que a festa é nossa e só se consegue com o esforço de todos. Obrigada, amigos!
E, para todos, um bom fim-de-semana!
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