
Aos meus olhos está perfeita. Quando a enfeitamos, tarefa que as crianças adoram, vamos lembrando de onde veio cada peça e, deste modo, acabamos por nos lembrar de visitas e amigos, de empenhos em artes diferentes e de momentos bons de guardar. Selecção feita, claro, às decorações de cumprir calendário, aquelas que a professora/educadora/monitora fez com (por) as crianças por receio de quebrar a tradição ou ofender algum encarregado de educação, mesmo que sem grande significado para os pequenos trabalhadores. Essas são chumbadas no momento em que chegam a casa. Ou, pronto, quando chega a altura de serem guardadas para o próximo ano. Na nossa árvore têm lugar apenas as que nos dizem alguma coisa. E, por isso, para mim está perfeita.
Lembro-me de fazer a árvore de Natal na Capela da Roda Fundeira com a minha tia Prazeres. E o Presépio, com pastores e ovelhinhas, com rios feitos de papel de alumínio e musgo, muito musgo. Se Jesus nasceu num deserto, o nosso era muito verde...E o menino era colocado na sua caminha no dia de Natal. Encolhia milagrosamente depois de ser beijado na Missa e ocupava o seu lugar na manjedoura, ladeado do burro e da vaca. Sempre que vejo um Presépio destes, mais que a correcção histórica, relembro o carinho de o construir com a minha tia, de se esperar pelo dia de Natal para o Menino nascer, de ter as mãos geladas do frio sem vento e de quase as queimar para aquecerem na lareira...
Estamos quase no Natal, novamente. Cá em casa o Presépio é uma peça única e não costumamos ir à Missa do Galo. Mas fazemos questão de viver os vários momentos - ir buscar a árvore e enfeites, montar e decorar, acender a iluminação pela primeira vez, preparar os embrulhos para oferecermos, o jantar de família e o desembrulhar dos presentes - com o maior carinho que conseguirmos juntar. Só isso torna esta época realmente especial.
A todos os amigos da Roda Fundeira e Relva da Mó, um Feliz Natal!
Um abraço.
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