quinta-feira, 17 de outubro de 2013

E o futuro?

Apesar do tempo e da distância, por momentos nos fazer esquecer do inferno que vivemos no dia 20 de Agosto, infelizmente as fotos e vídeos que ainda nos vão chegando não deixam apagar da memória aquele que foi um dos momentos mais amargos que vivi na Roda Fundeira. Mas o que lá vai, lá vai, e o tempo não volta atrás... para voltar ao verde do passado vamos ter que esperar pelo futuro, o futuro que já desponta, não se resignando à amargura do negro que cobriu a aldeia.
 
Quanto ao futuro, o que esperamos dele? Vamos esperar mais uns quantos anos, continuar a lembrar o verão negro de 2013, compará-lo com os outros e esperar pelo inevitável que se repete de x em x anos? As responsabilidades destas desgraças discutem-se, discutem-se muito, ou são os bombeiros ou é o comando ou a proteção civil ou de quem manda ou de quem devia mandar ou como é que devia mandar, etc, etc, etc...todos gostávamos de ter um carro de bombeiros à nossa porta...
 
 
Poucos dias depois do incêndio, foi postado no facebook da Comissão de Melhoramentos uma foto com o título "Como se protegem habitações em zonas florestais" foto essa onde constam indicações bem claras do que a lei determina no que toca à limpeza dos terrenos à volta das habitações, bem como as multas previstas por incumprimento, se bem li de 140€ a 5000€. Caso esta foto fosse deixada na caixa do correio de cada um, talvez servisse para despertar consciências, e provavelmente na lista de distribuição de culpas de tamanha desgraça, devíamos acrescentar aqueles que ignoram as suas responsabilidades e pura e simplesmente deixam a limpeza dos terrenos no perímetro das habitações, à mercê dum senhor chamado fogo!
 
Bem sei que será uma utopia, num curto espaço de tempo, ver todos os pinhais e eucaliptais limpos e com aceiros, mas no perímetro das habitações e da aldeia será uma obrigação, e quem deve obrigar? Antes de mais cada um de nós, obrigando-nos a assumir a responsabilidade da prevenção, e em sintonia a autarquia deverá assumir a responsabilidade da fiscalização, as trancas à porta (promessas) por parte do governo vieram logo a seguir à casa roubada, espero sinceramente que a autarquia que também na pessoa da atual Presidente da Câmara Maria de Lurdes Castanheira, presenciou no terreno as aflições vividas à volta das pessoas, não se escuse da responsabilidade da fiscalização efetiva. Desta forma as garantias de vermos a aldeia e as nossas casas a salvo destas calamidades, aumentam. Para além de nós e da autarquia, a Comissão de melhoramentos, poderá também ter um papel importante no relembrar aos associados desta necessidade premente.
 
Gostaria muito que daqui a uns anos pudéssemos perceber que aprendemos com os erros repetidos...ou será que ainda estamos demasiado longe dessa miragem?
 
A Ver vamos.
 
Até breve.

1 comentário:

Ilda Neves disse...

Concordo, em absoluto, com tudo aquilo que dizes. A responsabilidade é, em primeiro lugar, de cada um de nós que deve cumprir e fazer cumprir esta lei.
Em última instância, depois das tentativas bem educadas que, certamente todos fazemos, existem mecanismos legais para o fazer, passam por uma queixa no posto de GNR mais próximo.