quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova!

"Ano Novo, vida nova!", já lá diziam os antigos. Esperamos que tenham feito excelentes entradas em 2011, que o ano vos surpreenda positivamente e que a crise não vos persiga como prometido.


Tenho adiado o primeiro post por falta de uma peça essencial: o provérbio! E o que se faz hoje quando nos esquecemos de perguntar à mãe? Pesquisa-se na net! De verdade ainda me lembro de uns quantos que a minha avó, mãe ou tias iam dizendo de vez em quando nos muitos serões à fogueira que passei nas férias do Natal (o gelo cá fora era tão grande que o fumo nos olhos me parecia um mal muito menor...). Todos eles com suas funções e com o tom pedagógico da sabedoria milenar, mas todos verdadeiramente actuais...

"Em Dezembro descança, em Janeiro trabalha."

Pois como há-de uma pessoa conseguir trabalhar com a azáfama dos preparativos para o Natal? Ele é: compras para fazer, refeições para planear, sms para enviar, faceboks, twitters e outras redes sociais para acompanhar e actualizar(!), prendas a comprar, mais prendas a comprar porque ficaram esquecidas na primeira volta.... ou porque a vizinha da prima da tia que quase não conhecemos e não víamos há 10 anos nos mandou um paninho de cozinha e temos o dever de retribuir o gesto simpático, ainda por cima porque a senhora, tão simpaticamente fez uns biquinhos em crochet a toda as volta (esta coisa das prendas "porque sim" revolta-me)...

Ah, e resmas de encontros de Natal (jantares, almoços, lanches ou afins) a cumprir, mesmo que as pessoas não se conheçam realmente, não tenham gosto particular em se juntar ou tenham uma apertadíssima gestão de tesouraria em curso. E , claro, mais prendas para comprar para as trocas de prendas dos referidos almoços... dos amigos secretos que toda a gente já sabe quem é e protestou porque não conhece, não tem prazer em presentear, é um nariz empinado ou torce o nariz todos os anos quando vê o que lhe calha e anuncia alto e bom som que "de facto sou uma pessoa de gostos muito simples...é difícil surpreenderem-me/agradar-me (ou outra maravilha do género).

E os horários a cumprir, a gestão familiar? Em casa de quem é a ceia, em casa de quem o almoço, que árvore fará sombra às prendas, quem estará ao pé quando forem abertas (e possíveis conflitos daí advindos)...

E as comidas!!! Quem leva as rabanadas? e o bolo-rei? E temos tronco de Natal?- Já se sabe que se falta todos queriam, se está ninguém lhe toca... e o jantar, bacalhau ou polvo? e tem mesmo de ser cozido, não se pode simplificar fazer um daqueles no forno de que nos despachamos horas antes de jantar, está delicioso quando é preciso e nos liberta para os últimos preparativos/arrumações de casa, dos miúdos, das entradas, dos imprevistos previsíveis... e que outras bombas calóricas podemos comprometer-nos a comer nesta época tão pouco saudável?

Ai o Natal... Que fácil seria se de facto festejássemos o Natal. Não falo da Missa do Galo ou da do Dia de Natal porque não tenho a tradição de assistir a elas. Mas já o fiz e mesmo aí, as conversas à saída da Igreja (quando não no meio do sermão) eram sobre estas mesmas preocupações...

Bom, talvez não fosse bem isto que os antigos tinham em mente quando inventaram este provérbio... mas aplica-se tão bem aos dias de hoje, que não resisti. Em Dezembro, como se vê é mesmo impossível trabalhar.

Por isso resta-nos Janeiro. Para começar bem o ano. Para fazer diferente. Para cumprir as promessas de ano novo ou dar "uma forcinha" às 12 passas dos desejos. Porque este ano é que vai ser. Porque fizemos um grande balanço deste ano que passou e chegámos à conclusão que já não temos idade para estas coisas e não estamos para perder outro Natal (outro mês de Dezembro inteiro!!!) com coisas que não interessam, orque o que de facto é importante é... é... o que é importante é, manter a simplicitade, é gostar de desejar Boas festas àqueles de quem gostamos, aproveitar para estar junto dos que nos são mais queridos, é sentir o significado de passarmos um tempinho agradável junto dos que nos dizem mais. E se pudermos oferecer algo, dar um miminho especial a alguém porque queremos mesmo fazê-lo, então sim oferecer prendas.
E Janeiro é o mês em que preparamos o ano inteiro. É o princípio, para nos organizarmos. Até vamos ter eleições!!!! Vamos começar a... a gastar o dinheiro que o país não tem, a ouvir quem não queremos, a ver o que não gostamos, a discutir o que estamos fartos e a ver tudo a repetir-se outra vez...
Mas vamos fazer a diferença. este ano é que é! Vamos trabalhar em Janeiro!!! Força aí, pessoal, que estamos convosco!!!

Um abraço.

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