sexta-feira, 28 de maio de 2010

TACHA

Já é conhecida por muitos a veia poética do Orlando Gomes, alguns de vós já ouviram passagens do livro escrito pelo próprio, que narra episódios da sua vida desde a meninice, livro integralmente escrito em verso e que está neste momento a ser revisto para  ser publicado.

Eu preferia que os versos abaixo não fossem os primeiros do Orlando a serem apresentados no blog, no entanto foram os primeiros que ele me entregou para publicar.

A Tacha para além de uma cadela era um elemento da família, todos conheciam a cumplicidade que havia entre eles, pelo que a sua partida, resultou no verso abaixo que espelha a tristeza do momento.




I
A Isaura e a Fátima sofreram de amargura
porque elas não assistiram ao teu triste final
mas pediram-me para que a tua sepultura
fosse aberta num cantinho do nosso quintal

II
Foi muito doloroso para mim
o momento da tua triste despedida
mas as flores do nosso jardim
dar-te-ão eternamente guarida

III
Por seres a rosa mais bela
estás protegida com um abrigo
eu abro constantemente a janela
para poder olhar e falar contigo

IV
Todo aquele teu olhar de ternura
e as constantes respostas em ão ão
ficam silenciosamente na sepultura
mas permanecem na minha imaginação

V
Com treze anos de muitas glórias
o amor por ti é mesmo profundo
mas o livro das minhas memórias
irá relatar o teu nome pelo mundo

VI
Foste para os teus donos muito querida
que jamais esqueceremos a nossa sorte
porque tu salvaste-nos a prória vida
quando já estavamos à beira da morte.


Até breve.

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