Capela velha - o presente e o passado

Mostrar hoje aos mais novos a capela velha, não será tarefa fácil, a menos que ganhemos alguma coragem, peguemos nums engenhos prórios para roçar mato e boa sorte... digo isto porque a camuflagem do que resta da capela é bem evidente a quem passa pelo caminho mesmo ali ao lado, para além das silvas uma cerejeira brava ajuda a tapar as paredes que em tempos suportavam o telhado...


Junto à capela e resistindo (pela altura a que se encontra!) ao tempo e aos silvados que rodeiam a zona envolvente, o que ainda se mantém de pé a ver passar quem passa, é o arco em pedra que em tempos suportou o peso do sino, pelas marcas que apresenta, muitas correntes roçaram naquela pedra para que se ouvisse o sino.


Há 10 anos era possível chegar à porta,


e ver o que restava do altar, que parece ter sido bastante bonito,


Hoje olhamos para a capela com nostalgia e resignados pelo seu fim.
Resta-nos apenas recordar os tempos em que nela muita gente foi feliz e para isso vamos entrar na máquina do tempo, recuar quase 50 anos, e ver algumas fotos de um casamento lá realizado no dia 12 de Janeiro de 1962, faz amanhã 46 anos! Os noivos em questão são, e usando os nomes por que são mais conhecidos na RF, a Maria da venda e o Zé Parola.


A olhar pelo arco, a aldeia engalanava-se para os casamentos


Repararem no pormenor da foto abaixo, quase toda a gente está calçada, e digo quase toda porque a menina que está à esquerda na foto, está descalça! O casamento foi em Janeiro, não havia ninguém que fosse capaz de arranjar uns sapatinhos para a menina? Os grandes de sapatinho engraixado a pequena descalça! Nos dias de hoje alguém ia preso!
Fica o desafio, conseguem dizer-me quem é esta menina? E já agora, quem será a outra menina que está logo ali a espreitar? Eu sei quem são e sei também que todos os Roda Fundeirenses as conhecem bem!


Pelo que a foto mostra, com muitas flores à mistura, a festa terá continuado em casa do noivo.


Recordar é viver!

Parabéns aos noivos!

Até breve.